Uma das principais premiações ligadas à arquitetura e urbanismo do país, o prêmio Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB) 2019 escolheu entre seus vencedores duas iniciativas ligadas ao LabCidade: o site labcidade.fau.usp.br e o Fórum Mundaréu da Luz, grupo que agrega diversas pessoas, coletivos e instituições.

O LabCidade foi premiado na categoria “Plataformas e suportes tecnológicos”, que tinha como comissão julgadora Giselle Beiguelman, Ariane Cor e Tomás Wissembach. Criada em 2016 a partir das junções dos sites do Observatório de Remoções e ObservaSP, o site foi desenvolvido por uma equipe que contou, entre outros, com Andre Deak, Camila Almeida, Gisele Brito, Fernando Tulio, Leandro Leão, Manoela Pereira e Regina Lins. Hoje, o site é coordenado por Raquel Rolnik e Paula Santoro, também coordenadoras do LabCidade, editado pelo jornalista Leonardo Foletto e conta com apoio e textos dos integrantes do LabCidade e convidadxs.

A plataforma tem o intuito de difundir publicamente, a partir de artigos de opinião, análises, mapas, matérias e podcasts (“Pela Cidade”, com até aqui 20 edições), informação a partir das pesquisas produzidas no laboratório e nas redes e grupos de pesquisa parceiros, em diversos estados, sobre as políticas urbanas e habitacionais nas grandes metrópoles brasileiras, em especial São Paulo, mas não somente. O site é desenvolvido em WordPress, um sistema de publicação de código aberto, e usa das licenças Creative Commons CC BY, que permite a circulação dos conteúdos sob quaisquer fins, desde que citada à fonte original.

O Fórum Aberto Mundaréu de Luz foi premiado na categoria Ativismo Urbano, que teve como comissão julgadora Juliana Borges, Joice Berth, Renan Quinalha e Túlio Custódio. O Mundaréu da Luz reúne instituições e pessoas das mais diversas áreas que atuam na região da Luz, em São Paulo. Nasceu em maio de 2017 como frente de reação às ações violentas e autoritárias do poder público na região. O objetivo do Fórum é propor alternativas, a partir do diálogo com os moradores e comerciantes, que garantam mais qualidade de vida à população do bairro.

Veja as instituições e coletivos que fazem parte do Mundaréu:

Ação da Cidadania; Centro de Convivência É de Lei; Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos; Companhia de Teatro Mungunzá; Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste; A Craco Resiste; Defensoria Pública de São Paulo, núcleos especializados: Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), Habitação e Urbanismo (Nehaburb), Cidadania e Direitos Humanos (NECDH), Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência (Nediped); FLM – Frente de Luta por Moradia; Frente Estadual de Luta Antimanicomial (Feasp-SP); Goma Oficina; IAB-SP – Instituto de Arquitetos do Brasil/São Paulo; INNPD – Iniciativa Negra por uma Nova Política Sobre Drogas; Instituto Pólis; LabCidade – Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade/FAUUSP; LabJUTA – Laboratório Justiça Territorial/UFABC; LEVV – Laboratório de Estudos da Violência e Vulnerabilidade Social/Mackenzie; Moradores e comerciantes das quadras 36, 37 e 38 do bairro Campos Elíseos; Mosaico – Escritório Modelo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/Mackenzie; Movimento Integra; Observatório de Remoções; A Próxima Companhia de Teatro; REPEP – Rede Paulista de Educação Patrimonial Sã Consciência; UMM – União dos Movimentos de Moradia.

Equipe do Mundaréu da Luz junto com lideranças do MSTC, também premiados, na cerimônia do IAB

A premiação do IAB teve por finalidade “identificar os avanços e desafios enfrentados na produção da arquitetura e urbanismo contemporâneos nacionais, de modo a reconhecer as propostas engenhosas e significativas, sobretudo aquelas que contribuam, efetivamente, para o desenvolvimento da técnica, do conhecimento e do ambiente construído em diálogo com a natureza, a sociedade, a economia e a cultura”.

A instituição recomendou “que fossem privilegiadas no processo de avaliação àquelas propostas que apresentem qualidades decoloniais, contra-hegemônicas; que exercitem novas linguagens, novas formas de uso e ocupação; que valorizem criticamente a memória do ambiente construído e sua relação com a sociedade; e que promovam profundas reflexões conceituais e contextuais sobre diferentes aspectos relacionados à cadeia produtiva da produção do espaço, material e imaterial”. Confira aqui todos os premiados.