Créditos das fotos: Isadora Marchi de Almeida

Na última quarta-feira, dia 20, foram removidas cerca de 150 famílias da Vila Leopoldina que ocupavam uma faixa de terreno entre a Marginal Pinheiros e um piscinão (como detalhamos aqui), em uma remoção administrativa conduzida sob alegação de se tratar de área de risco. Segundo moradores, está prevista a remoção de outras 550 famílias das comunidades do Humaitá em até um mês.

Moradores disseram que algumas famílias deixaram suas casas ainda no dia 19 com medo da repressão, enquanto outras foram sendo removidas no dia 20, apesar da grande mobilização das famílias ameaçadas contra a remoção e pelo fornecimento de atendimento habitacional adequado. O aparato militar de guerra que estava pressionando as famílias contrastava com a pacífica manifestação dos atingidos que reivindicavam um atendimento habitacional digno.

A mobilização dos moradores funcionou parcialmente, acelerando para o dia 21/02 o recebimento do auxílio aluguel mensal de R$400 para as 150 famílias removidas, que durante a remoção receberam informações de que apenas teriam o auxílio após o dia 02 de março, ou seja, 10 dias após perderem suas moradias.

A demora no fornecimento do auxílio-aluguel, resposta ainda insuficiente para a moradia digna, não foi o único problema relacionado ao atendimento habitacional das famílias removidas. Moradores relataram que cerca de 20 pessoas precisaram se abrigar sob o viaduto vizinho e tem recebido ajuda de famílias das comunidades vizinhas, que se organizam para preparar e levar comida, doar roupas e cobertores. Também foram citados casos de pessoas conduzidas até albergues próximos e que foram obrigadas a retornar ao se depararem com a falta de vagas para acolhimento.

Mesmo com uma série de problemas no atendimento habitacional dos moradores já removidos, a retirada de outras 550 famílias segue nos planos do poder público e o prazo de um mês assombra os moradores. Onde estão as alternativas para estas famílias e quando serão apresentadas?