Atividade de mapeamento na ocupação Douglas Rodrigues

Observatório de remoções promove atividade de mapeamento na ocupação Douglas Rodrigues, Vila Maria, São Paulo

Em 12 de junho uma oficina na ocupação Douglas Rodrigues reuniu pesquisadoras do Observatório de Remoções, moradores e grupos de apoio com o objetivo de iniciar o mapeamento participativo (ou colaborativo) da área e a dinâmica local da ocupação e usos em seu entorno.
Depois de seguidas tentativas de reintegração de posse do terreno, ocupado desde 2013, os moradores enfrentam mais uma vez a possibilidade do despejo, uma vez que a liminar que suspendia a reintegração de posse foi derrubada no Tribunal de Justiça de São Paulo no mês de maio.
Com a mobilização de grande parte dos mais de 2.000 moradores e de parcerias firmadas com movimentos de moradia, entidades de direitos humanos e sindicatos, os moradores continuam lutando por sua permanência na área, que é caracterizada como ZEIS 2 segundo o Plano Diretor Estratégico da cidade e que sustenta, portanto, a permanência das famílias no local.

O processo do mapeamento prevê levantar informações sobre a as famílias que hoje estão na área, suas atividades, seu cotidiano, seus vínculos sociais, familiares e coletivos, as relações entre as pessoas e o território bem como suas expectativas com relação do futuro. Buscamos mostrar, pelo mapeamento, como a área é um território vivido, como a vida acontece naquela ocupação, a partir do reconhecimento e do conhecimento das próprias pessoas que lá vivem sobre a território, a memória, o dia-a-dia, a luta, a resistência.

Portanto, o objetivo do trabalho engloba a construção de uma visão crítica coletiva sobre a realidade atual da ocupação, colocando o debate sobre as perspectivas de articulação para a resistência da ocupação ao processo de ameaça de remoção.
Nessa primeira atividade de mapeamento, os moradores da ocupação trabalharam com os mapas da ocupação e do entorno e identificaram suas moradias, as moradias dos vizinhos, os salões de beleza, os bares, as padarias, as igrejas os serviços públicos que utilizam.
Para as próximas etapas, foram programadas visitas mais detidas à ocupação aprofundando a cartografia do território.