Foto: Silvia Balan

É com muita tristeza e pesar que o LabCidade lamenta profundamente a morte de Marina Kohler Harkot na madrugada do dia 08/11/2020. Marina foi pesquisadora do laboratório, grande colaboradora de nossos trabalhos e nossas pesquisas. Aluna, companheira querida nas disciplinas, nos cursos de pós graduação e em seminários. De uma sensibilidade incrível e sorriso fácil, suas pesquisas, extremamente rigorosas, apontavam para uma nova forma da academia olhar para a cidade e transformá-la, engajando-se diretamente em temas candentes do cotidiano das mulheres que passam despercebidos pelas análises frias das políticas que abstraem as diferenças dos diferentes corpos no espaço urbano.

A morte de Marina, ativista e pesquisadora dos temas do feminismo, mobilidade ativa e da cidade é uma perda inestimável, criminosa, e não pode ser em vão. Uma cidade que mata, onde o corpo e a vida não tem nenhum significado, não pode mais ser tolerada. Marina foi morta enquanto lutava. Pois sua luta não se separava da sua vida, do seu corpo em movimento de bicicleta pela cidade. E perdemos, junto com a ativista, uma companheira de vida, da vida que ela nos ajudava a enfrentar com novos olhos.

Nossa melhor forma de homenagear a Marina é reafirmar nosso compromisso com a luta por cidades que protejam a vida.

Marina, sempre brilhante no que escrevia e fazia, seguirá presente em nossos pensamentos e ações, na concretude de suas palavras ao afirmar que para construir cidades mais justas e democráticas as percepções, emoções e afetos que moldam nosso relacionamento com a cidade devem moldar um novo urbanismo .

Manifestação por Justiça à Marina, dia 8 de novembro de 2020 Praça do Ciclista, São Paulo