Marina Kohler Harkot morreu atropelada na madrugada de sábado para domingo de 8 de novembro de 2020, por volta de meia-noite. Ela andava em sua bicicleta na avenida Paulo VI, na região do Sumaré, zona Oeste de São Paulo, quando foi brutalmente atropelada por um carro dirigido por José Maria da Costa Júnior, que não parou para prestar socorro. Marina era socióloga formada pela USP, mestra e doutoranda em Planejamento Urbano na FAU USP, e pesquisadora do LabCidade.

Depois de quase um ano, o desejo de honrar a trajetória, o trabalho e as ideias de Marina segue vivo. Sua partida não pode ser em vão, e não pode se resumir a simplesmente punir o motorista que a atropelou e não prestou socorro. Por conta disso, a família, o companheiro e amigues de Marina vêm pensando em iniciativas para levar adiante as importantes iniciativas e ações realizadas pelos grupos aos quais Marina se encontrava ligada.

Começa a ganhar corpo o “Pedale como Marina”, um movimento para manter e difundir o legado, pensamento e ações de Marina que deram visibilidade para a magnitude da violência do trânsito de São Paulo, que tantas vidas interrompe e tanto sofrimento, ambos desnecessários, causa.

Neste primeiro momento, a movimentação está sendo feita nas redes a partir da página do Instagram @pedalecomomarina. No dia 5 de novembro, haverá um encontro online, “Sarau Cultural Marina Vive”, com o objetivo de “nos juntarmos e celebrarmos a vida da nossa querida Marina, reunir pessoas que tenham interesse e vontade de apresentar alguma homenagem artístico-cultural relacionada a ela (música, poesia, teatro, história e histórias, fotos, reflexão, ginástica…)”, como conta o movimento.

Para organizar a participação, há um formulário para quem quiser se apresentar. “A ideia é que seja um evento diverso e equânime, como a Marina gostava e defendia. Por isso, estamos perguntando sobre gênero e raça das pessoas interessadas, para garantir essa diversidade tão cara à Marina”, escrevem as/os organizadoras/es.

Além disso, há uma conta no PicPay para apoiar essas ações para custear o material para realização das atividades. A chave pix é pedalecomomarina@gmail.com.

A Revista Tuíra, da Escola de Ativismo, organização social que Marina também trabalhou, organizou uma edição especial em sua homenagem. Em nosso site, Letícia Lindenberg Lemos, arquiteta e urbanista, doutoranda na FAU_USP e que já foi pesquisadora do LabCidade, escreveu um texto em sua homenagem; também organizamos nesta publicação uma breve história de seu legado como pesquisadora.