Lutas urbanas feministas: corpos, territórios e políticas na produção de espaços periféricos
Seminário São Paulo
Local: SESC CPF
Data: 12 a 15 de março de 2024

O Seminário Lutas urbanas feministas: corpos, territórios e políticas na produção de espaços periféricos em São Paulo acontecerá em São Paulo entre 12 e 15 de março de 2024. Deverá ser um momento de troca de conhecimento sobre o protagonismo de mulheres na transformação de seus territórios, incentivando a inovação e a geração de novos saberes e parcerias entre pesquisadores e lideranças femininas. E pretende, em seu primeiro dia, desenvolver uma oficina sobre metodologias feministas de pesquisa sobre o urbano. As inscrições para o evento serão realizadas pelo site do SESC CPF.

A ideia do seminário nasce de uma pesquisa mais ampla sob o mesmo título “Feminising Urban Struggles”, apoiada pela Urban Studies Foundation, que realizará seminários em São Paulo/Brasil, em março; em Joanesburgo/África do Sul e Dar es Salaam/ Tanzânia, em abril, depois de ter sediado um seminário internacional virtual, disponível em plataformas do LabCidade e do IEAUSP. Os seminários tem como objetivos ampliar o debate sobre a luta feminista em territórios periféricos, compreendida como processo contraditório que envolve emancipação feminista; desenvolver treinamento de jovens pesquisadores em metodologias feministas interseccionais; e facilitar a troca de saberes acadêmicos e populares.

O evento abre no dia 12 de março no no Centro de Pesquisa e Formação do SESC – SESC CPF (R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista) com transmissão no canal do YouTube do LabCidade. (Inscrições para o dia 12 aqui) com as falas das nossas convidadas da África do Sul e Tanzânia, professoras universitárias e lideranças comunitárias, que vão contar de suas lutas e pesquisas que têm como base o protagonismo feminino, nestes territórios. Elas são Petunia Mabuza (líder comunitária em Phomolong, Africa do Sul), Husna Sechongue (coordenadora regional da Federação de Pobres Urbanos, Tanzânia), Shumani Luruli (Coordenadora projeto ONG Planact, África do Sul) e Elinorata Mbuya (Ardhi University / Tanzânia). Elas também estarão presentes em todo o evento, nas rodas de conversa dos dias subsequentes.

À tarde, pesquisadoras africanas e brasileiras, juntas e misturadas, trarão os debates em torno das metodologias feministas urbanas de pesquisa que envolve métodos e metodologias interseccionais, comparadas e centradas nos territórios e na(s) experiência(s) de vida(s) e de luta(s) das lideranças locais e dos moradores. Neste dia haverá tradução simultânea inglês-português. Teremos convidadas ilustres como:

Sarah Charton (School of Architecture and Planning, CUBES, University of the Witwatersrand, África do Sul), cujo trabalho que aborda diferentes espaços periurbanos em contextos africanos, na África do Sul e na Etiópia, cujas lógicas – especulativa, de vanguarda, autoconstruída, em transição e herdada – coexistem e foram identificadas a partir de práticas metodológicas de análise comparativa e privilegiando as vozes daqueles que vivem nas periferias urbanas.

Rossana Tavares (Universidade Federal Fluminense, Brasil) e Diana Helene Ramos (Univ. Federal de Alagoas, Brasil), autoras do livro Feminismurbana, recuperarão investigações recentes em torno da “indisciplina epistemológica” para propor uma virada em torno de pesquisas encarnadas na realidade social, com mulheres como sujeitas de pesquisa e questionamentos do processo científico;

Paula Meth (Urban Studies and Planning, Glasgow University, Escócia) coordenadora do projeto Living the Urban Periphery: Investment, Infrastructure and Economic Change in African City-Regions (Viver a periferia urbana: investimento, infraestruturas e mudança econômica nas cidades-regiões africanas) cujos trabalhos exploram as experiências cotidianas das cidades do Sul Global, abrangendo questões como o crime, a desigualdade e a política local;

Gabriela Leandro Pereira (Universidade Federal da Bahia, Brasil) integra o laboratório Lugar Comum da UFBA, no qual coordena o Grupo de Estudos Corpo, Discurso e Território, e trabalha a intersecção de temas vinculados ao urbanismo, questões étnico-raciais, gênero e diversidade, em pesquisas em torno de história urbana, memória, narrativas multimídias, literatura e artes visuais.

Nos dias subsequentes, de 13 a 15 de março (inscrições para as visitas aqui), um grupo menor deverá visitar os territórios protagonizados pelas lideranças organizados por região de São Paulo – Centro, Leste e Sul – e por projetos que envolvem reforma de edifícios de moradia ocupados, mutirões habitacionais, projetos agroecológicos, cozinhas solidárias, entre outras. Neles acontecerão rodas de conversa com oficinas, que envolvem as lideranças locais e lideranças convidadas, mediadas por pesquisadoras que estão imersas nestes contextos e métodos de investigação. Pretende-se com as rodas de conversa, fortalecer a cooperação científico-acadêmica por meio da troca de conhecimento entre pesquisadores nacionais e internacionais, estudantes nacionais e lideranças femininas atuantes em seus territórios.

O conjunto de eventos mais amplo é coordenado por Paula Freire Santoro (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e LabCidade FAUUSP), Priscila Izar (School of Architecture and Planning, Centre for Urbanism and Built Environment Studies – CUBES e University of the Witwatersrand, África do Sul) e Carolina Lunetta (Institute for Housing and Urban Development Studies – IHS, Erasmus University, Netherlands). O Seminário em São Paulo será coordenado por Paula Santoro e Amanda Silber Bleich, ambas pesquisadoras do LabCidade – Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da FAUUSP.

O Seminário em São Paulo tem o apoio do SESC CPF e são várias as instituições que estão na sua organização: LabCidade – Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) em São Paulo, Brasil; Centre for Urbanism and Built Environment Studies (CUBES), School of Architecture and Planning | University of the Witwatersrand, ambos da África do Sul; Institute of Human Settlement Studies (IHSS), Ardhi University (Tanzania); Institute for Housing and Urban Development Studies (IHS), Erasmus University Rotterdam (Netherlands); LaPlan – Laboratório de Planejamento Territorial e NEG – Núcleo de Estudos de Gênero Esperança Garcia, ambos da UFABC de São Bernardo, Brasil.

Confira a programação aqui.