No terceiro episódio do Pela Cidade série Cidade, Gênero e Interseccionalidade, escutaremos a professora Angela Figueiredo.

Angela Figueiredo é socióloga, docente da Universidade Federal do Recôncavo Baiano e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sendo que, nessa última, atua no programa de Pós Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (POSAFRO) e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares de Gênero (PPGNEIM). Angela também é coordenadora do grupo de pesquisa ativista Coletivo Angela Davis. Seus temas de pesquisa têm estado nas áreas de desigualdades raciais e de gênero, cultura negra, classe média negra, beleza negra, identidade negra, feminismo negro e emprego doméstico.

Sua fala traz uma série de discussões de grande relevância, recuperando o histórico do movimento negro brasileiro, ressaltando as imbricações entre o ativismo e a produção acadêmica, indissociável ao longo da história do feminismo negro. Através da teoria decolonial, uma mudança nas perspectivas epistemológicas através do uso de uma abordagem interseccional.

O seminário buscou colocar em debate e fazer a reflexão crítica sobre os conceitos relativos à gênero como categoria de análise do território e para o planejamento urbano, considerando a interseccionalidade ou a sobreposição de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação – especialmente os marcadores sociais da diferença associados à esta abordagem, como classe, raça, nacionalidade, sexualidade. O espaço também teve como objetivo elaborar e refletir sobre os desafios da leitura do território e da prática do planejamento urbano, desde a concepção, gestão e implementação de políticas urbanas, considerando as diferenças sociais e de gênero.

De modo a construir uma reflexão mais plural, que desse conta dos muitos desafios colocados por esta proposta, contamos com um time de palestrantes composto por treze mulheres, de diferentes áreas de atuação e cidades. Agora, para essa série especial, assumimos os riscos de editar falas tão complexas com o objetivo de ampliar a circulação dessas discussões e fazer o registro desse importante encontro.

Acompanhe:

 

Algumas referências citadas na fala:

CARNEIRO, Aparecida Sueli. “A construção do outro como não-ser como fundamento do ser” (tese). Defendida na Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo FEUSP, 2005.
DAVIS, Angela. “Mulheres, raça e classe”. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016 [1981].
______. “A liberdade é uma luta constante”. São Paulo: Boitempo Editorial, 2018 [2015].
FANON, Frantz. “Pele negra, máscaras brancas”, Rio de Janeiro: Ed. Fator, 1983 [1952].
______. “Os condenados da terra”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968 [1961].
GARCIA, Antonia dos Santos. “Mulheres da cidade D’oxum”, Bahia: EDUFBA, 2006.
GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984.
HILL COLLINS, Patricia. “Black feminist thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment”. Ed: Hyman, (1990).
MALDONADO-TORRES, Nelson. “Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto”. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon (coords.) El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007.
MBEMBE, Achille. “Necropolítica”. Ed: n-1 edições (2011) [2003].
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. “Pode o subalterno falar?”. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010 [1985].

Link para a palestra de Kimberlé CrenshawApresentação em PDF utilizada por Angela no seminário.

PELA CIDADE – especial Cidade, Gênero e Interseccionalidade #3: Angela Figueiredo
Apresentação e roteiro: Marina Harkot e Larissa Lacerda, do LabCidade
Entrevistada: Angela Figueiredo
Trilha de abertura: Bruno Bonaventure, com voz de Mariana Félix
Edição de áudio: Bruno Bonaventure
Produção: Marina Harkot, Larissa Lacerda e Leonardo Foletto, do LabCidade
Captação: Centro de Pesquisa e Formação SESC São Paulo